Ouro | Gold

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No alvorecer da Era de Ouro do reino de Portugal e dos Algarves, no século XV, ecos de conhecimentos primordiais começaram a despontar em terras lusitanas. O povo murmurava em igrejas e praças sobre esses eventos, que ninguém compreendia por completo, e apontava o dedo aos mistérios dos céus e da terra.

O clero logo deu aval para iniciativas reais, com o apoio de eruditos, matemáticos e místicos, cristãos, judeus e muçulmanos, doutores de suas ciências. Nas florestas profundas, nos pântanos enevoados ou em antigos túneis romanos, livros riquíssimos em conhecimentos, há muito esquecidos, manifestaram-se. Lindos tomos, com escrita dourada, uns, prateada e negras, outros, continham fórmulas ancestrais que prometiam revelar mistérios do cosmos e da natureza, ao alcance dos audaciosos que quisessem folheá-los.

Acadêmicos de todas as ciências e filosofias, fascinados pelo mistério, desejavam estudar tais achados, sedentos por desvendar os enigmas antigos. Entretanto, ao serem estudados profundamente, sonhos e medos humanos se manifestaram em forma de guardiões e passaram a viver próximo às câmaras de estudo, bibliotecas, universidades e conventos.

Cavaleiros da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo, Ordem de Avis e Hospitalários, freis e soldados, com seus corações cheios de bravura — e de ambição — dobraram esforços na busca de mais tomos e preparavam-se para enfrentar esses guardiões. Os mercadores, sempre atentos às oportunidades, viam nos segredos recém-conhecidos uma nova forma de saber, pronta para ser negociada. 

E, acima de tudo, os ilustres regentes do trono português observavam com cobiça. Se eram sinais de algo maior, algo que pudesse iluminar os mares e terras que seus navegadores começavam a desbravar além-mar, caberia a eles assegurar que cada segredo emergido do solo luso fosse aproveitado para o engrandecimento do reino. Afinal, os ventos dos Descobrimentos estavam soprando, e qualquer vantagem — terrena ou sobrenatural — poderia moldar o destino de Portugal e de suas colônias.

Temas

  • Colonialismo
  • Escravidão
  • Ganância

English Version


At the dawn of the Golden Age of the Kingdom of Portugal and the Algarves, in the 15th century, whispers of primordial knowledge began to surface across Lusitanian lands. People murmured in churches and town squares about these events, which no one fully understood, and pointed to the mysteries of the heavens and the earth.

The clergy soon gave royal initiatives their blessing, backed by scholars, mathematicians, and mystics—Christians, Jews, and Muslims alike, each master of their own sciences. In deep forests, mist-laden swamps, and ancient Roman tunnels, books rich in long-forgotten knowledge began to appear. Beautiful tomes, some inscribed in gold, others in silver or black ink, held ancient formulas that promised to reveal secrets of the cosmos and nature to any bold enough to turn their pages.

Scholars of every science and philosophy, captivated by the allure, longed to study these findings, driven by a thirst to unravel ancient enigmas. Yet, as they delved deeper, human dreams and fears took form, manifesting as guardians who soon came to linger around study chambers, libraries, universities, and convents.

Knights of the Order of Christ, the Order of Aviz, and the Hospitallers, along with friars and soldiers, hearts filled with both bravery—and ambition—redoubled their efforts to seek out more of these tomes, readying themselves to confront these guardians. Merchants, ever attuned to opportunity, saw in these newfound secrets a new form of knowledge ready to be traded.

And, above all, the illustrious rulers of the Portuguese throne watched with covetous eyes. If these were signs of something greater, something that could illuminate the seas and lands their navigators were beginning to explore beyond the horizon, it was up to them to ensure every secret emerging from Portuguese soil would serve to elevate the kingdom. After all, the winds of the Discoveries were blowing, and any advantage—worldly or supernatural—could shape the fate of Portugal and its colonies.

Themes

  • Colonialism
  • Slavery
  • Greedy

Timeline

List works:

Table does not:

| region + “, “ + timestamp + “: “ + “”+ title + “ + “) (“ + parent + “)” | | ————————————————————————————————————————————————- | | Coimbra, 1418: Terra Mater (Anthology) | | Evora, 1428: Welcominarium (Riblerim’s Interesting Place) | | Evora, 1400?: Mascara (Anthology) |